Porto Alegre - Ubirajara Hertzer, o “Bira”, treinador do Clube Atlético Ubirajá (Bira), participou, na última semana, de um workshop sobre a atualização das novas regras do basquete. O encontro foi realizado no Grêmio Náutico União, em Porto Alegre. As significativas mudanças prometem, entre outras coisas, dificultar a marcação de uma bola de três pontos como também tornar as partidas ainda mais ágeis. As novidades são promovidas pela Federação Internacional de Basquete (FIB), responsável por campeonatos como o Mundial e as Olimpíadas. A famosa NBA tem suas próprias normas.
Entre as mudanças estão o tamanho da área do garrafão, que passa a ter formato retangular. Outra é a linha de três pontos, que antes tinha 6,25 metros de distância do aro, agora passa para 6,75 metros. Não existirá mais, também, falta de ataque, somente de defesa embaixo do aro. As regras já estão em vigência, por exemplo, em disputas como o Novo Basquete Brasil (NBB), e serão colocadas em prática nas futuras competições, como o Campeonato Gaúcho adulto e das categorias de base. “Apenas alguns casos das categorias menores, e de locais que não estavam preparados para essas mudanças, como a pintura das quadras, serão relevados”, explica o técnico.
Para Bira, as regras estimulam a qualidade dos jogadores da categoria adulta, mas podem dificultar um pouco para os menores. “Os atletas iniciantes podem ter mais dificuldade para arremessos de três pontos em razão da força que o lance exige. Mas no geral, as alterações vêm para qualificar o basquete”, comenta.
O jornal O Informativo fez um teste com a atleta Laura Giovanella Kramer (15), do Ceat/Bira, com convocações para as seleções gaúchas no currículo. Foram cinco arremessos da linha dos três pontos para cada uma das distâncias. O rendimento caiu um pouco no novo modelo, a dos 50 centímetros mais distantes. “Vai dificultar, principalmente para os times femininos e as atletas mais novas, mas tudo também é uma questão de treino e costume. Você precisa é se aprimorar ainda mais”, aconselha a atleta.
As regras mais complicadas, sem dúvida, são referentes ao período dos dois últimos minutos de jogo ou da prorrogação. Elas visam tornar esse período da partida mais ágil, já que antes, por ser muito decisivo, se arrastava consideravelmente entre faltas e pedidos de tempo. Nesse período da partida, agora em caso de falta ou violação na quadra de defesa, a bola será reposta na lateral mais próxima. Já no ataque, caso a equipe peça tempo ou faça falta, na volta o jogo será reiniciado em uma linha também no ataque (a 8,3 metros do fundo de quadra). Mas o fato mais importante é que, se antes o time ganhava então outra vez 24 segundos para realizar sua jogada, agora serão duas as possibilidades. Se estiver faltando 14 segundos ou mais, vale o tempo que está no cronometro de 24 segundos. Caso faltem 13 segundos ou menos, a equipe terá 14 segundos de posse para efetuar a tentativa de cesta, e não mais 24.
Bira ressaltou no encontro que algumas regras, principalmente as mais polêmicas, que remetem aos dois minutos finais da partida, têm dois lados. “Poderá fazer bem para o esporte, mas dificultará, por exemplo, o entendimento e o acompanhamento por parte do torcedor, principalmente àquele que não olha sempre uma partida de basquete”, atesta.
Rodrigo Angeli
rodrigo@informativo.com.br
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